A ideia de mãe-social nasceu em 1949, com o austríaco Hermann Gmeimmer, e tinha como objetivo acolher crianças órfãs, vítimas da Segunda Guerra Mundial. “Naquela época, as mães-sociais eram viúvas de guerra e o trabalho era voluntário”, conta a gerente de comunicação da Aldeias Infantis SOS Brasil, Fernanda Volner. Ela explica que com o passar do tempo, o campo de atuação foi ampliado, passando a ter programas para famílias, comunidades, defesa de direitos, centros médicos e ações voltadas à saúde e nutrição.
O projeto ganhou proporção mundial e, atualmente, ajuda mais de 322 mil pessoas nas 1355 unidades de acolhimento e fortalecimento familiar e comunitário pelo mundo todo. “No Brasil, o trabalho foi iniciado há 42 anos. Cerca de 1700 crianças e jovens vivem no acolhimento, sob os cuidados de mais de 250 mães sociais”, conta Fernanda. No mundo todo são 5.300.
O trabalho da Aldeias é proporcionar uma segunda oportunidade para crianças que sofreram com o abandono, para que, dessa forma, possam viver em família e sonhar com um futuro melhor. “Nosso objetivo é fazer com que cada criança pertença a uma família e cresça com amor, respeito e segurança”, conta.
A mãe-social é responsável por cada uma das crianças que ficam sob sua responsabilidade. Ela cuida da casa-lar com autonomia, com todas as tarefas de uma dona-de-casa e coordenada às refeições, atividades e horários de cada membro.
Assim como as outras profissões, a de mãe-social é regulamentada e registrada por lei, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. A profissional trabalha para o desenvolvimento de cada criança a ela confiada, proporcionando segurança, amor e estabilidade de que cada uma necessita. Como em qualquer outro emprego, elas têm registro em carteira, com direito a férias e décimo terceiro salário.
Cada núcleo familiar abriga nove crianças, podendo ter irmãos biológicos ou não, de diferentes idades e ambos os sexos. Os responsáveis por encaminhar as crianças para o acolhimento são juízes, varas da infância e conselhos tutelares. A instituição detém a guarda provisória e excepcional das crianças, adolescentes e jovens que abriga, mesmo que as crianças tenham pai e mãe biológica. Fernanda conta que já houve casos em que a mãe-social se aposentou e adotou todas as crianças da casa. “Mas isso não é comum porque normalmente as crianças voltam a viver com sua família de origem. Quem determina quando elas podem voltar é o juiz”, explica.
As profissionais são escolhidas por meio de um processo seletivo, depois de terem sido submetidas a um treinamento oferecido pela organização. “O treinamento dura em média dois anos e engloba preparação pedagógica, treinamento teórico e prático em cuidados infantis”, conta. Existem dois tipos diferentes de remuneração para as mães-sociais. Fernanda explica que um deles é referente ao período de capacitação, o outro é quando as mulheres assumem a casa.
Não existe limite de idade para morar em uma das aldeias e cada situação é analisada individualmente. Os integrantes com mais de 18 anos, em período de emancipação, participam do “Programa de Residência Assistida”, que pode ser entendido como um apoio, orientação e acompanhamento por um período determinado, até que sua autonomia esteja garantida.
Para se tornar uma mãe-social é preciso ter disponibilidade para dedicação integral, uma vez que a funcionária dorme na instituição, possuir ensino médio completo (desejável) e se identificar com os valores e a visão da organização.
MATERIAIS DE ESTUDOS DE DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO PARA CONCURSOS DO TRT, OAB, E CARREIRAS TRABALHISTAS
12/08/2009
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